quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Versão do blog em Inglês

Para chegarmos a um público mais internacional, foi criado um blog em Inglês, onde serão apresentados os mesmos artigos que na versão portuguesa, ainda que geralmente com algum tempo de atraso. 


Há que haver algumas vantagens em se falar Português :)


Ainda assim, caso pretendam divulgar juntos dos vossos amigos anglófonos:
http://sodoyouthinkyoucanfuck.blogspot.com/

A barreira do Ego

Foi-me apontado recentemente por um casal que no início deste ano cometeu a imprudência de me pedir conselhos para melhorar a sua vida sexual que, apesar de eu andar a pôr aqui uma série de dicas de desenvolvimento sexual pessoal, não estava a abordar o tema do relacionamento enquanto casal.

Têm toda a razão e vou tratar de começar a inverter essa tendência.

Por isso neste post vou abordar a principal barreira a uma vida sexual estimulante num casal: o Ego.

Para não levar demasiada porrada dos membros do grupo que sejam psicólogos vou começar por definir o que vou entender por Ego neste contexto. Vamos considerar o Ego o auto-conceito sobre o qual nós construímos a nossa identidade, aquilo que consideramos que somos, que fazemos bem, que fazemos mal, ao qual está associado o orgulho e sobre o qual se baseia a auto-estima.

Dando um bom exemplo, o Ego é aquela coisa que faz com que o vosso companheiro ou companheira vos atire alguma coisa acima quando insinuam que talvez a forma como ele ou ela estão a fazer sexo oral talvez precise de uns ajustes.

Esse é precisamente o problema do Ego: fere-se. E tipicamente impede-nos de ver a realidade como ela é e de evoluirmos seja em que área for da nossa vida.

No sexo o problema é particularmente complicado já que, especialmente a partir de uma certa experiência, é muito fácil criar um auto-conceito em que acreditamos ser os melhores amantes do mundo. Quando, claramente, não podemos ter todos razão ao mesmo tempo :P.

Por isso ignoramos os sinais de que a nossa técnica pode não ser a que mais agrada à nossa companheira ou companheiro. Pior ainda, ficamos ofendidos quando o nosso parceiro ou parceira diz que o que estamos a fazer não está a funcionar.

Isto chega a extremos tais que posso relatar uma situação particular em que uma mulher insistia que eu gostava do que ela estava a fazer, por mais que eu lhe explicasse que nem por isso. E homens e mulheres transformam o momento que deveria ser agradável e divertido de sexo numa performance stressante em que os envolvidos estão mais empenhados em fazer um teatro sexual que impressione o parceiro do que em desfrutar realmente do momento, o que acaba por limitar o prazer que retiram da experiência e, por vezes, até a abortá-la prematuramente (homens que não conseguem ter erecção ou ejaculam precocemente... ring a bell?).

Por isso o melhor conselho que posso dar para um membro de um casal é: mentaliza-te que tu não és o teu Ego. Quando te envolveres sexualmente com alguém, deixa o Ego à porta do quarto, porta do carro ou no pinheiro mais perto, dependendo do contexto. Entrega-te à experiência e abre-te à aprendizagem, aceita que não sabes tudo e que o que sabes pode não se adaptar à pessoa com quem estás.

Garanto que a experiência de casal do sexo melhora instantaneamente!

Termino com uma coisa para pensar. Uma das aprendizagens mais ricas que tive no campo sexual foi com uma mulher que era virgem. Como ela não tinha um conceito pré-formatado do que o sexo deveria ser, punha tudo em questão e estava aberta a experimentar fazer tudo de uma forma diferente. Dei por mim a pôr em causa algumas coisas que fazia e não sabia exactamente porquê, a fazer coisas novas e a ganhar novas perspectivas sobre o sexo.

E há alguma vergonha em ser ensinado por uma mulher virgem?

O homem multi-orgásmico - Passo II - A Escada

Ora bem, dominados os exercícios de Kegel fundamentais, estamos já no bom caminho para nos tornarmos homens multi-orgásmicos.

O passo seguinte é extremamente simples em conceito mas será eventualmente o que exige mais práctica. Felizmente, a práctica é bastante prazerosa, por isso aguenta-se bem.

O método que vou descrever é conhecido como "A Escada".

A Escada consistem basicamente em dividir a excitação sexual em 10 degraus. São eles:

Degrau 1 - A ausência de excitação sexual, o tipo de sensação que se tem ao ouvir um padre leproso falar de uma receita de chanfana;

Degrau 2 - As primeiras sensações ao nível do pénis ainda sem qualquer erecção;

Degrau 3 - Início da erecção, o pénis começa a aumentar de tamanho mas ainda não tem sustentação;

Degrau 4 - Meia-erecção, o equivalente eréctil a uma bandeira a meia-haste;

Degrau 5 - Erecção completa mas pouco sustentada. O pénis já se encontra erecto mas mantém bastante mobilidade lateral;

Degrau 6 - Erecção perfeitamente sustentada, com pouca ou nenhuma mobilidade lateral;

Degrau 7 - Excitação instalada, continuada mas perfeitamente controlada. Este é o ponto onde geralmente decorre a maioria do coito;

Degrau 8 - Começam as primeiras sensações na pélvis (o nosso amigo músculo PC começa a contrair-se gradualmente) e contracções do perineo. É nesta fase em que por vezes é ejaculado líquido pré-seminal, composto na sua maioria ou totalidade por secreções prostáticas e por vezes com vestígios de sémen;

Degrau 9 - Facilmente descrito como "se não páro JÁ, venho-me" :) ;

Degrau 10 - Para homens não multi-orgásmiscos, corresponde ao orgasmo e à ejaculação.

Identificados os degraus desta escada há agora que usá-la :)

Como disse, o processo é simples e pode ser feito a sós apesar que é muito mais interessante de for feito com companhia adequada. Nada como pedir uma mãozinha disponível.

Começa no primeiro degrau. Estimula-te até chegares ao degrau 2 e pára o estímulo, deixando-te regressar ao primeiro degrau. Repete duas ou três vezes.

Agora, quando atingires o degrau 2, mantém o estímulo e procura evitar passar ao degrau seguinte. Cada vez que passes para o degrau 3, pára o estímulo, deixa-te voltar ao degrau 1, e repete 2 ou 3 vezes.

Repete agora este processo para cada um dos degraus, voltando sempre ao estado imediatamente anterior. Em cada iteração, presta o máximo de atenção às mudanças que ocorrem no teu corpo e a todas as sensações produzidas. O principal objectivo deste processo é o auto-conhecimento da tua excitação para que possas depois controlá-la.

Quando chegares ao degrau 9, evita passar ao 10, já que isso evita que possas continuar com o exercício. Em alguns casos raros, a repetição dos degraus 8/9 pode levar alguns homens a atingir o orgasmo sem ejacular. Se for o caso, parabéns, acabaste de te tornar num homem multi-orgásmico e podes repetir esse controlo para teres todos os orgasmos que quiseres durante uma relação sexual.

Se fores como a maioria dos homens, eu inclusive, a coisa não será tão fácil e vamos precisar de mais algumas ferramentas para controlar a ejaculação após o início do orgasmo.

Mas, não desanimes. Acredita que o resultado final vale a pena :)

Dica rápida da semana

Uma sugestão para este Domingo à noite: Gajos, da próxima vez que tiverem uma sessão de sexo, decidam à partida que não vão ter um orgasmo e dediquem-se a apreciar todo o acto. Por vezes temos tendência em ficar demasiado focados no destino e não prestamos atenção ao caminho. Além do mais vai permitir-vos desfrutar melhor do prazer que proporcionam à vossa companheira. Experimentem, só têm a ganhar!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O fugidio ponto G

O ponto de Gräfenberg, conhecido pelo ponto G, é um quebra-cabeças anatómico. Desde a sua descoberta em 1940, esta zona da vagina em forma de feijão tem sido extensivamente estudada até que, em 2009, um estudo britânico conclui que, possivelmente, não existe. Ao qual se seguiram estudos que dizem que existe e que possivelmente trata-se de uma extensão do clítoris.

Curioso! Mas irrelevante.

A realidade empírica é que a maioria das mulheres consegue identificar uma área dentro da vagina que, quando estimulada, produz uma sensação de intenso prazer, zona essa que mapeia directamente na filosofia tântrica com o chakra Swadhisthana, que é o que se encontra associado à sexualidade e que, portanto, já tem alguns milhares de anos de estudo e alguns milhões de practicantes que descrevem o ponto, para além que tem associado um ponto de acupressura na pélvis com um efeito interessante. Mas já lá vamos... Vamos apenas, para já, aceitar que existe.

Então onde fica?

O ponto G situa-se na parede anterior da vagina, entre 2,5 a 7 cm da vulva. Em algumas pessoas esta zona tem uma alteração de textura vagina, geralmente um pouco mais lisa mas, por vezes, precisamente o oposto, uma zona mais enrugada.

Como descobri-lo?

A melhor forma de determinar a sua localização é enfiar dois dedos dentro da vagina, virados para cima, traçar grosso modo uma linha imaginária que vai da vulva ao umbigo e, no ponto de intersecção com a parede da vagina, fazer pressão usando um movimento com os dedos do tipo "vem cá" (foi a melhor descrição que me ocorreu :) ). Este é, aliás, um dos melhores movimentos de estímulo do ponto G. Neste ponto deverá sentir-se uma pequena zona em que o músculo da parede vaginal cede um pouco. Benvindos ao ponto G! Meninas... se ainda não o tinham descoberto, a vossa vida acabou de mudar. As mulheres vão reconhecê-lo imediatamente e, se estiverem a prestar atenção, não tenham dúvidas que os homens também :)

O que fazer com ele?

Bem, o ponto G deve funcionar mais ou menos como um alvo: é para lá que se tem que apontar :). Masturbação manual, brinquedos sexuais, pénis erectos... tudo o que estimule essa zona vai dar bastante prazer à mulher (algumas reportam os orgasmos mais intensos da sua vida quando estimuladas aqui).

Dicas interessantes

A melhor posição de penetração vaginal que até agora encontrei em termos de estímulo de ponto G é a de missionário com as pernas da mulher sobre-elevadas, preferencialmente a descansar nos ombros do homem. Para além do ponto G ficar alinhado com a entrada da vagina, o osso púbico permite criar um fulcro na base do pénis e usá-lo como uma alavanca para estimular o ponto G.

Perto do orgasmo o estímulo do ponto G é semelhante ao clítoris, ou seja, deve aumentar-se um pouco o ritmo e intensidade porque a mulher perde um pouco a sensibilidade.

Lembram-se de eu ter falado de um chakra? Pois bem, na parede abdominal exterior, dois a três dedos acima do monte de Vénus, é possível encontrar um ponto de fraqueza muscular que corresponde interiormente ao ponto G. Uma pressão sobre esta zona com a palma da mão ou alguns dedos (não usar apenas um, já que a pressão poderá tornar-se dolorosa) enquanto o ponto G está a ser estimulado aumenta ainda mais o prazer proporcionado.

Brinquedos sexuais demasiado pequenos (como dildos anais) podem não ser ideais para estimular o ponto G por a área de estímulo ser demasiado pequena e provocar dor. De igual forma, dildos demasiado grossos distribuem a pressão por toda a parede vaginal, diminuindo o estímulo específico no ponto G.

Se tiverem algumas questões digam alguma coisa que eu farei o possível para ajudar.