domingo, 3 de fevereiro de 2013

Controlo do reflexo do vómito na Garganta Funda


Houve um membro do nosso grupo que levantou-me recentemente uma questão relativa à técnica da Garganta Funda.

Durante uma sessão de sexo recente ela teve um reflexo de vómito ao fazer penetração oral profunda, que a deixou algo embaraçada, e gostava de aprender a controlar melhor esse reflexo durante o sexo oral. Por isso vou durante este texto dirigir-me directamente a ti.

Antes de mais tenho que lembrar que esta situação não deve ser-te minimamente embaraçosa. O reflexo do vómito é perfeitamente natural e é uma defesa fabulosa contra a asfixia por obstrução que… é precisamente o que se está ali a passar! Por isso deves procurar encará-lo com a maior das naturalidades e, na minha opinião pessoal, até com algum humor. :)

Mas existem exercícios que podem permitir-te aprender a controlar esse instinto natural e que permitem aumentar o conforto e o prazer que te pode trazer uma bela Garganta Funda. 

A mais simples, e que é meramente paliativa, é uma técnica de acupressura usando o polegar da mão esquerda que eu já abordei aqui no passado http://achasquesabesfoder.blogspot.pt/2011/12/garganta-funda-como-controlar-o-vomito.html .

No entanto o ideal é mesmo aprenderes a relaxar conscientemente os músculos da garganta de forma a que o reflexo seja diminuido ou mesmo eliminado, abrindo simultaneamente uma porta para toda uma dimensão de prazer para ti na prática desta técnica. Os passos que eu vou descrever assumem que vais practicá-los com o teu companheiro, já que apesar de o poderes fazer sozinha, para quê perder a oportunidade de terem uns momentos de prazer e intimidade enquanto se melhoram sexualmente?

Começa primeiro por fazer um pequeno exercício de apneia. Inspira e expira fundo 3 vezes consecutivas, não mais, senão podes hiperventilar e ou sentir tonturas ou criar mais à frente a ilusão de que tens mais oxigénio do que tens na realidade. De seguida contém a respiração o máximo de tempo possível. Durante o tempo que retiveres a respiração procura relaxar o máximo possível todo o teu corpo e focares-te nas sensações que a falta de ar te provoca. Sente a sensação de formigueiro nos teus membros, a pressão sobre o peito… Respira quando sentires que não consegues aguentar mais.

Repete o exercício anterior tantas vezes quantas as que considerares necessárias para aprenderes como o teu corpo reage à falta de ar. Apercebe-te de quais a várias fases da hipoxia (falta de oxigénio) e que sensações correspondem a cada fase. Regista qual o momento em que deixas de estar confortável. 

Quando dominares este exercício vais reparar que consegues manter-te relativamente relaxada nas fases iniciais da apneia, o que é imprescindível para passarmos à próxima fase.

Agora, já com o teu companheiro em erecção, deita-te confortavelmente na cama com a cabeça fora da borda e o pescoço em hiper-extensão. Procura a posição mais confortável, que te deverá permitir ter algum apoio na nuca na a parede lateral do colchão. O objectivo será que fiques com a boca alinhada com a garganta, para que a penetração não encontre qualquer obstáculo.

Combina com o teu companheiro um sinal para ele parar de te penetrar, como por exemplo duas palmadas na anca dele. Agora pede-lhe que te penetre a boca enquanto tu controlas com uma mão a profundidade a que ele te penetra. Deixa-o penetrar-te a uma profundidade que te seja confortável mas esteja no limite do teu conforto, parando nesse ponto. Desafia-te! O teu companheiro não deve nesta fase fazer qualquer movimento para te permitir controlar toda a experiência. Sempre que sintas que estás a ficar desconfortável com a profundidade, empurra o teu companheiro um pouco mas mantém a penetração. Quando ficares sem ar, sinaliza-lhe que interrompa a penetração.

Durante esta experiência deves uma vez mais fazer o máximo esforço para te manteres completamente relaxada, especialmente os músculos do pescoço e garganta. Deves ir insistindo procurando aumentar progressivamente a profundidade da penetração.

O terceiro e último exercício é em tudo semelhante ao anterior, com a variação que agora não te encontras deitada e és tu que fazes o movimento de penetração com a tua cabeça mantendo-se o teu parceiro imóvel. À medida que te fores sentindo confortável com uma dada profundidade de penetração, procura regressar a ela após o tempo de descanso o mais rapidamente possível, com um movimento único e contínuo, as sempre controlado.

Esta técnica, ao contrário de outras que aqui dei, como o caso dos Kegels, é como andar de bicicleta, ou seja, depois de ganhares controlo sobre este reflexo nunca mais o vais esquecer. Não quer dizer que de vez em quando não surjam uns acidentes de percurso, que são perfeitamente naturais, mas por norma é uma capacidade que se retém para a vida.

A experiência que as minhas companheiras relatam é que, uma vez ultrapassada a barreira do desconforto, a sensação de penetração e falta de ar chega mesmo a tornar-se prazerosa, especialmente para pessoas com o fetiche da dominação.

Por último, recomendo-te que tentes não te focar demasiado no resultado final mas sim em toda a experiência da aprendizagem: é por aí que costuma andar o prazer.