O estudo, realizado com estudantes universitários (que são os ratos de laboratório dos psicólogos) que consumiam regularmente pornografia e que estavam envolvidos em relacionamentos heterossexuais, fez inquéritos no sentido de registar qual o nível de compromisso que estes tinham para com os seus parceiros. Após a definição deste ponto de partida, foi pedido a metade que durante o período do estudo não visualizasse pornografia ou material erótico.
Os resultados do estudo parecem indicar que os indivíduos que consumiram menos ou nenhuma pornografia mostravam-se, no final do estudo, mais comprometidos com o seu relacionamento que os que continuaram a ver regularmente pornografia.
O estudo sugere que uma das razões pelas quais isto pode acontecer é pela criação de expectativas em relação à vida sexual no seio do casal que, não sendo concretizadas, poderão causar frustração e levar à procura de alternativas.
Outra explicação avançada pela Psychology Today(2) é que a percepção de existência de alternativas mais atraentes ao relacionamento existente numa proporção que não corresponde à realidade na qual se insere o indivíduo leve a uma desvalorização da relação em curso.
Levanto aqui uma terceira alternativa. Uma das componentes mais importantes na criação de uma ligação emocional no âmbito do sexo prende-se com o foco. Durante o sexo mas principalmente durante o orgasmo libertam-se diversas hormonais, como a oxitocina, que promovem a criação de laços entre os parceiros sexuais.
Se no entanto o foco mental durante o sexo não for no sexo e no parceiro do presente mas sim para com uma fantasia com outro parceiro, o mesmo processo poderá levar a um enfraquecimento do laço com o parceiro real face ao parceiro imaginário.
Por isso sugiro, como sempre sugeri: tenta satisfazer a tua fantasia incluindo @(s) teu parceir@(s). Fala do que queres e que gostas e faz dessa descoberta um jogo a dois (ou mais).
No final, será mais saudável para todos.
(1) Lambert, N. M., Negash, S., Stillman, T. F., Olmstead, S. B., & Fincham, F. D. (2012). A love that doesn't last: Pornography consumption and weakened commitment to one's romantic partner. Journal of Social and Clinical Psychology, 31(4), 410-438.
Pode ser lido em:
http://www.fincham.info/papers/2012-porn.pdf
(2) https://www.psychologytoday.com/blog/i-can-relate/201403/it-doesn-t-hurt-look-does-it
